quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Quase 20% dos usuários de crack recolhidos no Rio são crianças e adolescentes

Um balanço das operações de combate ao crack na cidade do Rio de Janeiro mostra que cerca de 17% dos usuários recolhidos pela prefeitura nos últimos sete meses são crianças e adolescentes. Desde março deste ano, a SMAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) recolheu, ao todo, 2.016 pessoas. Desse total, 348 são menores de idade que desperdiçam a juventude na dura realidade das cracolândias.

Só nas favelas de Manguinhos e do Jacarezinho, na zona norte, a secretaria recolheu 157 crianças e adolescentes nas 12 operações realizadas neste ano. Nos bairros da zona sul e da região central do Rio, 144 menores foram encontrados fumando crack livremente.


O psicólogo Claudio Reis, que coordena as operações de recolhimento da SMAS, diz que o perfil dos usuários varia de acordo com a área da cracolândia. 


- Em geral, as pessoas que consomem crack em Manguinhos e no Jacarezinho são antigos moradores das duas comunidades. Por algum motivo, eles não podem voltar para as favelas e fumam crack no entorno. Já na zona sul e no centro, a maioria dos usuários são moradores dos municípios da Baixada Fluminense, como Belford Roxo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu.

Internação obrigatória

Reis explica que os menores identificados com alto grau de dependência química são conduzidos para uma das quatro unidades de tratamento obrigatório. Desde maio passado, a Prefeitura do Rio internou, de modo compulsório, 97 crianças e adolescentes. 

A princípio, o menor de idade fica 45 dias internado. Entretanto, segundo a secretaria, pode passar até oito meses sob tratamento obrigatório, se o caso for considerado grave. O programa é alvo de críticas de representantes de entidades de defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes que afirmam que o projeto fere o direito de ir e vir garantido pela Constituição.
Apesar da polêmica em torno do programa, Reis diz que a internação compulsória é um dos melhores caminhos para tratar os menores de idade viciados em crack.
- É muito triste ver crianças de cinco, seis anos vagando pelas ruas entorpecidas pelo crack. Temos que zelar pela vida dessas crianças.

Fonte: R7.COM

Síndrome de Wernicke-Korsakoff

A síndrome de Korsakov (ou Korsakoff) é uma neuropatologia associada à carência de Vitamina B1 (tiamina), traumas cranianos, encefalite herpética, intoxicação pelo monóxido de carbono e indiretamente mas muito comumente ao alcoolismo agudo, pois o álcool prejudica a capacidade do organismo de absorver a Vitamina B1. Essa vitamina está associada à transformação do ácido pirúvico, que por sua vez realiza transformações bioquímicas de proteínas, gorduras e especialmente hidratos de carbono, sendo que em sua ausência as células nervosas são as mais afetadas.
Os sintomas da Síndrome de Korsakov são a amnésia anterógrada, amnésia retrógrada e muito comumente a confabulação e uma desorientação temporoespacial. Acompanham esses sintomas uma severa apatia e desinteresse por parte do doente, que muitas vezes não é capaz de ter consciência de sua condição.
A amnésia anterógrada está relacionada com o comprometimento da memória de curto prazo, ou seja, o doente se torna incapaz de formar novas memórias a partir do momento em que desenvolve a doença, e a amnésia retrógrada está relacionada à memória de longo prazo, assim o doente perde grande parte da memória que havia se formado antes da doença. É baseado nessa severa condição que o neurologista Oliver Sacks (em "O homem que confundiu sua mulher com um chapéu") relaciona a síndrome de Korsakov à perda da identidade, pois vítima de uma amnésia retro-anterógrada o doente perde por inteiro sua linha biográfica, sua história, e permanece incapaz de construir outra, sendo obrigado a viver como uma pessoa sem história de vida. Essa linha seria fundamental para a formação do senso de identidade na consciência.
Como conseqüência desse severo quadro é que ocorre a confabulação, que seria uma tentativa do doente de preencher suas lacunas mnemônicas com imaginações e ficções aparentemente verossímeis, nas quais ele próprio poderia acreditar. Outra conseqüência seria a desorientação temporoespacial, claramente causada pela incapacidade da pessoa de marcar sua existência no tempo.

Estruturas relacionadas à memória

A memória é função do sistema límbico e se compreende no seguinte circuito: O circuito se inicia em sua face aferente, em que os estímulos percebidos pelo organismo alcançam o tálamo e seguem até o córtex cerebral. Nas regiões de associação neocorticais (no córtex) ocorre o armazenamento da memória, que quando evocada passa à sua porção eferente, envolvendo áreas conscientes e funções motoras.
O tálamo tem a função de integrar as várias percepções sensoriais. No hipocampo ocorre a triagem ou classificação dessas percepções para uma devida organização do armazenamento no córtex. Os corpos mamilares, o fórnix e o cíngulo têm a função de reforçar os traços mnemônicos, criando facilitações sinápticas e duplicando as memórias em outras regiões do córtex. Pode-se entender essa função como a de transformar a memória imediata (consciente, logo após o fato ocorrido) em permanente.


O que ocorre na Síndrome de Korsakoff

A síndrome de Korsakoff é atribuída a uma lesão no diencéfalo, especificamente no núcleo dorsomedial do tálamo e nos corpos mamilares, que, como vistos, são essenciais na construção da memória, o que causaria a amnésia anterógrada. Para agravar esse quadro ocorre também atrofia cortical generalizada, afetando especialmente o lobo frontal e temporal. Essa lesão no córtex cerebral seria a responsável pela amnésia retrógrada e até mesmo uma complicação à já existente questão da identidade, sendo que o lobo frontal tem enorme importância na formação da personalidade e na integração de inúmeras informações corticais.

 

Fontes:

  • DALGALARRONDO, Paulo. A memória e suas alterações. In:___. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2000. Cap. 15, p. 91-99.
  • CABRAL, R. J. Para compreender a psicopatologia geral. Belo Horizonte: Santa Edwiges, S.D.
  • YUDOFSKY, Stuart C.; HALES, Robert. E. Aspectos neuropisiquiátricos da memória e amnésia. In:___. Compêndio de Neuropsiquiatria. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. Cap.13, p. 201-212.
  • ROCA, M. P. Características del síndrome de Korsakov. Mèdica de Tarragona. Barcelona, 2004. Disponível on-line: Acesso em: 23 mar. 2006.

 


Delirium tremens

O delirium tremens é uma psicose causada pela abstinência ou suspensão do uso de drogas ou medicamentos freqüentemente associada ao alcoolismo mas que também pode se apresentar com o uso prolongado ou abusivo de benzodiazepínicos ou barbitúricos. Assim, é uma forma mais intensa e complicada da abstinência. Delirium é um diagnóstico inespecífico em psiquiatria que designa estado de confusão mental: a pessoa não sabe onde está, em que dia está, não consegue prestar atenção em nada, tem um comportamento desorganizado, sua fala é desorganizada ou ininteligível, a noite pode ficar mais agitado do que de dia. A abstinência e várias outras condições médicas não relacionadas ao alcoolismo podem causar esse problema. Como dentro do estado de delirium da abstinência alcoólica são comuns os tremores intensos ou mesmo convulsão, o nome ficou como Delirium Tremens. Resumidamente, Dorsch e col. (2001, p. 233) apresentam o delirium tremens como um estado extremo de embriaguez com ilusões dos sentidos e agitação motora até a fúria provocada pelo abuso de álcool. Um traço comum no delírio tremens, mas nem sempre presente são as alucinações tácteis e visuais em que o paciente "vê" insectos ou animais asquerosos próximos ou pelo seu corpo. Esse tipo de alucinação pode levar o paciente a um estado de agitação violenta para tentar livrar-se dos animais que o atacam. Pode ocorrer também uma forma de alucinação induzida, por exemplo, o entrevistador pergunta ao paciente se está vendo as formigas andando em cima da mesa sem que nada exista e o paciente passa a ver os insetos sugeridos. O Delirium Tremens é uma condição potencialmente fatal, principalmente nos dias quentes e nos pacientes debilitados. A fatalidade quando ocorre é devida ao desequilíbrio hidro-eletrolítico do corpo.

fonte:http://www.mildagarrido.hpg.ig.com.br/deli.htm